terça-feira, setembro 20, 2005

Atlântida

À luz pálida e branca da madrugada
vi tua sombra projectada
na parede do palácio de vidro
o reflexo do teu olhar poisou no meu ombro
levemente e em silêncio me disse
Vem, vem procurar a Atlântida
Desde então corri mares
desertos e multidões
sinfonias de ventos azuis
a tua voz sussurrando
Vem, vem procurar a Atlântida
na tua cama me abriguei
perdi-me sempre em ti
especiaria encantada
alegria dos meus paladares
paz e ternura entrelaçadas
Vem, vem procurar a Atlântida
me dizias, não saibas regressar a tempo
de apanhar a barca dos que desistem
teu destino é navegares sem bússula
Não há Nascente nem Poente
subires à montanha, qual Sísifo
deslizares e de novo partires, reinventado
Vem, vem procurar a Atlântida
porque ela não vem nos mapas nem se encontra
mas procura-se.
Não te resignes, meu Amor
Vem, vem procurar a Atlântida