CÂNTICO NEGRO
Caiu-me assim, por acaso, em cima da mesa do café, quando lia o jornal que me acompanha há décadas: o "Cântico Negro", nada mais nada menos, um poema de que é impossível não se gostar, pelo menos quando (enquanto ?) se é jovem, "a" referência da poesia do José Régio. Que maravilha, agradeci aos Deuses todos a benesse que me concederam de poder reler, assim, inesperadamente, numa esplanada algarvia à sombra amiga de um aloendro, palavras que me ensinaram a procurar saber ser uma pessoa, teria eu os meus "early 20's".
Assim me tornei um bocado "urso", como gosto de dizer quando estou mais benevolente comigo próprio, ferozmente defensor da minha tribo, amante da liberdade de poder ser o que sou, desde que me apeteça. Sempre, sempre, sempre. Como ouvi uma vez dizer ao Camilo José Cela, "a imensa dignidade do ser humano, ao ser o que é".
"Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
tendes pátria, tendes tectos,
e tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios,
eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como a um facho, a arder na noite escura,
e sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios..."
Saravah, seu Régio !
1 Comments:
Loucos são os que não querem ir!Beijinhos.
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