Quando o conheci era um jovem alegre, brincalhão, cheio de ideias, respirava força, via-se que o rapaz prometia...
Lia-se por vezes nos olhos o seu ar ausente, fazia sentido: estava a pensar noutra, a conceber um qualquer plano para um negócio, a enfrentar no seu íntimo alguma dificuldade inesperada quando tudo parecia correr bem, a resolver mentalmente um assunto que precisava disso mesmo, de alguém que o soubesse resolver.
Esse jovem casou com a minha filha, é pai do meu primeiro neto, o Manel, teve agora o seu segundo filho, o Matias, o bebezão que é a última vedeta da família.
Esses, os apontamentos exteriores da sua vida pessoal. Terá conhecido muitas alegrias, uma grande dor sei eu que tem, mas guarda-a para si, protegendo a memória do que lhe é querido. O meu abraço.
Fez o seu percurso de vida, como poucos outros. Conheceu decerto dissabores, teve concerteza momentos mais complicados, viveu grandes euforias, com um grupo de amigos que reúne o gosto pela vida, o festejo da vitória, a coragem de fazer frente na tourada da vida, que por vezes nos dá marradas e deixam marcas, mas acabam por pegar o bravo, ainda que tenha de ser de sernelha.
Amigos que, estou certo, o acompanharão nos próximos 77 anos, "when I get old, loosing my hair, many years from now...as time goes by".
O seu sentido de família fá-lo responder sempre Presente ! Bem haja por isso.
Os anos foram passando, o jovem de ontem é hoje um homem admirado, que conquistou sózinho o seu lugar ao Sol. Estive por perto, reconhecendo a sua determinação e empenho em definir objectivos e fazer tudo para os atingir, ainda que com sacríficio de algumas horas por dormir e de mais momentos de lazer na companhia dos entes que lhe são queridos.
A minha relação com ele foi-se construindo, naturalmente e sem pressas, em harmonia connosco. Um belo dia, sem ter feito nada para isso, dei por mim a considerá-lo como um filho, de quem se tem orgulho e cuja presença nos fortalece.
Faz hoje 40 anos. É meu amigo. Chama-se João Costa Reis.
PARABÉNS, JOÃO !
