sábado, julho 30, 2005

HORROR - take one

É HOJE ! É HOJE ! É HOJE !

Isto faz-me lembrar uma anedota sobre outras coisas também agradáveis mas...adiante, que se faz tarde e eu quero ir-me embora.
Grande parte das autoestradas do Centro/Sul da Europa vão estar cheias de automóveis, cheios de pessoas, cheias de nervos e "un peu de rouge" com febras ou salsichas para descomprimir, cheios da imagem idílica da praia onde vão chegar dentro de p'ra aí umas 11 horas - sim, normalmente seriam umas 4/5 mas férias são férias que diabo - com uma população talvez 30 vezes superior à usual.
O apartamento Tn afinal não está tão bem localizado como parecia, mas lá que é novo é, ainda nem sequer houve tempo para pintar o prédio por fora e varrer aquela terrazita solta a largar pó, mesmo em frente, onde vai ser um relvado. Por enquanto ainda lá estão os restos dos materiais de construção e as máquinas mas é só por mais dois mezinhos, quando acabarem as férias limpam isto tudo como deve ser. Até é mais prático, talvez se possa estacionar o carro de borla à porta de casa, entre aqueles bocados de madeira e a retro-escavadora, só espero que não haja por ali uns pregos.
Assim é melhor, acordamos bem cedinho para os homens das obras nos verem já a tomar o pequeno-almoço matinal, esperemos que sejam simpáticos e façam boa vizinhança. Começamos logo pela manhãzinha a fazer um pouco de exercício físico - as férias também servem para isso - a descer os 13 andares que nos separam da saída - mais um indicador evidente de quão recente é a construção, parece que a instalação dos elevadores se atrazou para o dia 16, a gente sai a 15 mas nada de egoísmos, os veraneantes seguintes já devem ter elevador .
Não se vê muito bem o mar, mas se nos esticarmos bem para fora naquela varandona de 1 m.q. e torcermos o pescoço para a esquerda vê-se lá longe em alguns dias mais límpidos - cuidado com os torcicolos, amigos, não é uma boa maneira de começar as férias, eu que o diga quando fui o ano passado a Benidorm e me aconteceu essa desgraça, lá tive de regressar sentado no carro, mas virado para o lado direito, para poder olhar em frente, pois o pescoço ficou torcido para a esquerda.
A primeira ida à praia - mau, Zézinha, isto está com um bocadito mais de gente do que pensávamos, vê lá se descobres um sítio para pormos a toalha e enchermos os colchões, arrumarmos os baldinhos da Agnieszka e do petit Roger, sempre estaremos mais confortáveis do que aqui especados de pé todo o santo dia e sem "trabalhar para a côr" como deve ser...que bem que se está, em férias !

sexta-feira, julho 22, 2005

OTAS, MINISTROS e pequenas ninharias

OTA, não OTA ! Betão, sociedade do Conhecimento ! Sociedade do Conhecimento, Betão ! Ministro, não Ministro ! Ministro, reformas duplas ! Não Ministro, não Declaração ! Não Declaração, tudo conforme a Lei !PJ, apito de todas as cores ! Apitos, Polícias ! Polícias, Pontes !Pontes, Big Projectos ! BIG PROJECTOS, BIG OTAS !

E agora me calo, pois a raposinha Totoca ensinou-me o sentido da prudência....mas lá que se criam umas anedotas sobre o tema, isso ninguém o pode negar ( onde é que já ouvi esta ? Talvez em cântico com bons companheiros, não ?)

Mas OTA SIM, OTA NÃO, já repararam que uma capital europeia como Berlim, centro da Nova Europa dentro de poucos anos - sim que os alemães também não brincam em serviço (à sua, Sr.Ministro C.C.! NR: em França um Ministro, por mais careta que seja e não é o caso deste, é tratado por tal para o resto dos seus dias, ou da memória que dele se guarde) - já repararam, perguntava eu, que Berlim é servido por três pequenos aeroportos -os eficientes, limpos e funcionais Tegel, Tempelhof e Schoenefeld-mas não têm nenhuma OTA !!! Nem uma !

Estes alemães, decididamente, são pequeninos, só gostam de pequenas coisas do género Portugal dos pequeninos ali para os lados do Choupal, não sabem o que é modernidade, não têm ambição, falta-lhes a visão esclarecida de quem vê longe...venham todos cá fazer um estágio estival, aí está um bom argumento de venda do nosso turismo no mercado alemão. EUREKA !

Free of charge, of course !

Esta gentes, esta luz

Não gosto de escrever coisas que já alguém escreveu, mas como há uns senhores chamados poetas que de vez em quando constroem a alegria das palavras e nos fazem sentir a emoção que (também) é a nossa, aqui fica um excerto de um poema de Eugénio de Andrade chamado "três ou quatro sílabas"

....
Tudo me prende à terra onde me dei:
o rio súbitamente adolescente,
a luz tropeçando nas esquinas,
as areias onde ardi impaciente.

Tudo me prende do mesmo triste amor
que há em saber que a vida pouco dura,
e nela ponho a esperança ou o calor
de uns dedos com um resto de ternura

Dizem que há outros céus e outras luas
e outros olhos densos de alegria
mas eu sou destas casas, destas ruas,
deste amor a escorrer melancolia
.....

Viva a Poesia !

terça-feira, julho 19, 2005

CASABLANCA

"Esta é a última mensagem que lançamos aos Estados europeus. Vamos dar um prazo de um mês para que façam sair os vossos soldados da terra da Mesopotâmia [Iraque]", lê-se no comunicado assinado pelas Brigadas Abu Hafs al-Masri, datado de 16 de Julho de 2005.

Findo o prazo, que termina no dia 15 de Agosto, "não haverá mais mensagens, mas actos e palavras que serão traçados no coração da Europa".

"Será uma guerra sangrenta, em nome de Deus. É uma mensagem que endereçamos aos cruzados que ainda estão presentes no Iraque: a Dinamarca, o Reino Unido, a Itália e os outros países que têm soldados que continuam a pisar território iraquiano".

New York, Bagdad,Bali, Casablanca, Madrid, Fallujah, Londres, Bagdad, Bagdad,Bagdad, Palestina...todos os caminhos vão dar a Jerusalém e desde então

"...it's always the same old story, a fight for love and glory..."

...logo eu prefiro Casablanca, a Ingrid Bergman bem mais bonita que o George Bush e o Humphrey Bogardt better kid than Bin Laden, apesar de um pouco "gangster sur les bords"...

sexta-feira, julho 15, 2005

Não há festa nem festança sem a Constança...

Olá Constança !
Tu não tens culpa, juro que estás inocente, não influenciaste um Senhor ainda Político da nossa praça (parece que tem boa cabeça e é tão inteligente que não quer aceitar nenhum cargo que lhe traga muita maçada e pouco bago, habituado que está ao doce remanso bruxellois wallon, bien sûr...ora essa, nada de mais humano e natural, deixemo-nos de hipocrisias moralistas geradoras de boas consciências apressadas).
Hoje é dia de Festa Nacional, calha bem porque é Sexta-Feira e assim a malta vai toda passear, sempre dá mais um diazito, organizando bem as coisas tiram-se 12 dias de férias e temos p'ra aí para cima de 23, sempre ficamos com mais uns dias para ir para Porto Galinhas ou para a Porcalhota, mais ainda, de boa consciência pois estamos a participar cívicamente na defesa sagrada do bem estar do nosso querido povo.
Lembro-me de um pescador com quem partilhei uma estadia estival no Hospital Egas Moniz - obrigado malta, trataram-me muito bem, foram muito queridos comigo, saí de lá cheio de vontade de não voltar, o que é sinal que me encorajaram a gostar ainda mais da vida e com saúde, já agora - pescador esse que durante uma noite de insónias mútuas me contou quase toda a estória da sua vida.
Não é que o diabo do homem tinha trabalhado desde os 12 anos, passou pelas guerras de África, ao fim de não sei quanto anos de de pescador de rio ousou e conseguiu passar a pescador de mar (ali para os lados de Alcácer ), tinha gosto em ir à faina todos os dias, se a pesca estivesse "a dar" tanto melhor, criara dois moços encorpados e a respirar saúde que o foram visitar num Domingo, Dia Santo de Guarda, "last but not least", nunca tinha recebido um subsídiozinho, por magro que fosse, pois, dizia ele, o melhor subsído é o Trabalho que o dá.
Ele e os filhos, pois então, até tinham recusado um pecúlio para não fazer nada, ou seja, abater o bom do barco para "reduzir o esforço de pesca" e ficar a viver à custa do cacau que assim lhes cairia de Bruxelas.
Isto não é extraordinário ? Aos olhos, valores e exemplos de hoje, não lhes parece uma estória de zombies alienados ?
Para ti Ilídio, o meu muito obrigado pela lição de vida que me deste ! À tua, pois se bem me recordo também gostavas do teu copito para dar côr às memórias.
Procurei-te mais tarde na Carrasqueira, mas já tinhas ido ver como estavam as modas em Marte, onde ao que consta não há água e poderás descansar assim da tua vida de homem que nela ganhou o sustento e o orgulho de ser um Homem Digno.

quinta-feira, julho 14, 2005

7/07

O presidente da câmara de Londres, Ken Livingstone, pediu aos londrinos que saiam às ruas ao meio dia (hora de Lisboa), como forma de homenagem.
"Londres vai homenagear todos os que morreram na quinta-feira e vai desafiar todos os que tentam mudar a cidade através do terrorismo", declarou Livingstone."Ao meio dia, milhões de londrinos vão observar dois minutos de silêncio. Todos os autocarros vão parar, as empresas vão parar, e gostava que, todos os que puderem, saiam à rua, ou saiam de casa, para se lembrarem de todos os que morreram e para desafiar os terroristas".

Hoje também estou em Londres.
R.I.P.

14 JUILLET

Tenho ideia de que hoje os Europeus em geral já não se apercebem quanto a Revolução Francesa foi o ponto de partida para a instauração do modelo de sociedade que hoje temos o privilégio de partilhar. É certo que o seu "aprofundamento democrático..." veio a provocar milhares de vítimas inocentes, que muita violência gratuita foi praticada, que muitas cabeças rolaram.
Mas hoje vivemos em Liberdade, talvez o mais sagrado dos valores, a Igualdade perante o Direito é a regra, a Fraternidade vai-se diluindo, por isso importar tentar fazer TUDO para a defender como matriz do nosso relacionamento com o Outro.
Ao celebrarmos o 14 de Julho lembramos também como era antes, mas recordamos sobretudo os seu heróis que deram a vida pelo Futuro.
A Europa não pode esquecer, somos um espaço único no Mundo quanto a valores humanos e sociais, celebremos então !
...les drapeaux sont déjà élevés..

quarta-feira, julho 13, 2005

BERLIN II

Não me "encontrei" em Berlin, sendo verdade que não fui lá para isso. Como sempre gosto em qualquer parte do Mundo, gostei dos espaços verdes, gostei dos choupos de Berlin nas margens dos canais, gostei da arquitectura moderna (não sendo arquitecto não sei se a classificação é esta) dos inúmeros edifícios construídos desde a queda do muro, gostei dos fragmentos de muro expostos com graffitis, gostei de ver as pessoas a deslocarem-se de bicicleta, gostei da heterogeneidade da cidade, gostei da Ilha dos Museus - cá por mim punha toda a arte nas ruas, a arte não é para estar fechada, protegida, num qualquer museu ou cofre forte, é para se viver -mas uma pequena nesga de terra com cinco museus (penso que não me enganei no número) revela bem a qualidade e exigência artística dos Berlinenses.
As pessoas ?
Fiquei com a impressão de que os Berlinenses não estão, vão sempre a caminho de qualquer coisa, de alguém. Talvez porque Berlin é, para mim, uma cidade sem centro, então anda-se de um lado para o outro, mas não se está. A sensação é estranha, nunca a tinha sentido em lado nenhum, ainda não entendi bem a sua natureza.
Entre muita gente muito bem educada, muito profissional, com um bom atendimento, registei uma nota em linha com a minha falta de "química" com muitos alemães. Andava eu ali por alturas da Leipzigstrasse a caminho do hotel, Sábado à noite "fever", quando uma montra de velharias me atraiu a atenção e portanto parei e virei-me para a minha esquerda, onde se encontrava a montra. Fui então autênticamente atropelado por um Panzer macho e por um Panzer fêmea, que continuaram em boa marcha prussiana a caminho de alguma feira nocturna de carros de combate; assumo com boa vontade que estariam muito apressados para o desfile da vitória, só por isso não me pediram desculpa.
Gostei muito de um bairro bem para lá da Ku'dam onde vivem, segundo um amigo alemão que já correu Mundo e lá vive, muitos turcos, italianos, árabes, enfim, muita gente que não é própriamente de raça ariana. Aí senti-me no meu bom velho Sul, com alma, com risos de pessoas, esplanadas à farta nas ruas, se calhar roupa pendurada nas traseiras, inúmeras pequenas lojas com bancas de frutas, legumes e uma imensidade de bens alimentares de N origens, um ritmo calmo e regular feito pelas pessoas para as pessoas do bairro, que essas, sim, estão.
Sem turistas.
Para falar de factos de que gostei, poderia falar-vos do meu almoço de quatro horas com o meu amigo e familiar JFCR, num ameno cavaqueio que viu partir os últimos clientes do almoço e chegar os primeiros do jantar, num belo pátio interior de um restaurante muito agradável e, segundo me disseram, muito frequentado pela malta "in" lá do burgo, artistas, jornalistas, publicistas e outros "istas" de bom gosto.
Berlin
des années vingt...

segunda-feira, julho 11, 2005

EUROPA

Participei muito recentemente (em Berlim, pois claro) numa reunião que integra representantes dos 25 países da UE, relativa a um assunto que naturalmente pode interessar a todos e cada um de nós.
É muito estimulante "viver" a UE a 25, cada um com as necessidades e interesses específicos, as suas abordagens, as sua lógicas de raciocínio, as suas perspectivas, as suas grandezas mas ainda a mesquinhez, as suas línguas, o seu humor (ou falta dele), a sua cultura, enfim, a sua IDENTIDADE.
A EUROPA só se fará se tais Identidades forem respeitadas e nesse caso será um magnífico espaço de liberdade e bem estar. Nunca se fará sem a participação e o envolvimento dos cidadãos, construindo ao ritmo adequado esse conceito de cidadania europeia; basta procurar elementos novos de partilha, valorizar o que nos une e resolver no concreto o que nos separa.
O sedimento de 900 anos de Nação, como no caso português, tem uma força que nada pode vencer de uma rajada só, logo há que evoluir gradualmente de modo a incutir um sentimento de segurança e de não perda aos cidadãos, construir novos pilares de comunidade e de fraternidade.
O programa Erasmus, por exemplo, é um exemplo do caminho a seguir, mas devia ser acessível a todos os estudantes que o quisessem viver e não apenas aos que têm dinheiro para o fazer. Não podemos construir a Europa sem a sua juventude, não parece óbvio ?
A EUROPA será FRATERNA ou não será, não me parece que haja grandes alternativas.

terça-feira, julho 05, 2005

BERLIM

Só estive uma vez em Berlim, ainda havia vestígios omnipresentes da queda do muro, em vários aspectos.
Guardo a imagem usual das cidades alemãs, limpa, organizada, bem tratada, com espaços verdes, imensa gente a deslocar-se de bicicleta - gostava de os ver nas sete colinas ! - enfim, tudo muito certinho e com alguma falta de graça.
Eles não terão culpa, mas de facto nunca apreciei demasiado o sentido de humor alemão, embora alguns tenham, reconheço, consciência das suas limitações.
Há já alguns anos uma alemã companheira de missão (na Ucrânia, imaginem), num daqueles fins de tarde/princípios de noite de consultores, em que só apetece fazer outra vez tudo, mas ao contrário, perguntou-me para que servia a língua francesa e como eu não tivesse apanhado o sentido esclareceu-me que era a língua do amor. Continuou por aí fora - o italiano a língua do design, o inglês a língua dos negócios, o português a língua dos nostálgicos, o espanhol a língua dos convencidos que são bons, etc. - e eu lá ia seguindo, acertando umas, falhando outras, até que bloqueei com " e o alemão, para que serve ? ".
Nada, não me ocorreu absolutamente nada, até que ela me esclareceu: PARA FALAR COM OS CAVALOS...
Bem, vou-me andando, espero não encontrar nenhum cavalo, pois não sei falar alemão...

Regras de Conduta

  1. Políticos não mentirão, para não irem para a cadeia
  2. Trabalhadores deixarão de fingir que...estão a trabalhar, crescimento de 5% na criação de riqueza nacional
  3. Funcionários Públicos não falarão de futebol, telenovelas, socialite, etc - aumento de produtividade estimado em 50%
  4. Médicos não farão greves, pelo menos por uma questão de ética
  5. Condutores respeitarão as regras de trânsito, menos 80% de acidentes de automóvel
  6. Portugueses deixarão de fugir aos impostos, défice passa a 3% positivo
  7. Dirigentes do futebol apelam à moderação e ao "fair play", para vermos um milagre
  8. Juízes deixam de ter férias, para compensar as que já tiveram
  9. Ninguém cospe mais no chão, contraordenação de 10.000 € por cada cuspidela, pagamento imediato sob pena de fuzilamento
  10. O Contra-Informação passa a ter emissões de 24 horas por dia no serviço Público de TV, porque sim !

DEEP IMPACT

Não sei o que me impressiona mais:

  • a maravilha tecnológica de irem acertar com uma espécie da máquina de lavar, à velocidade de 37.000 kms/hora, numa "coisa" chamada cometa que está a uns 140 milhões de quilómetros da Terra
  • o que isso pode representar ou o indício do que possa vir a ser ( 10 bombas atómicas para a Lua, que é pequenina, ai umas 200 para Marte, que já é grandinho, umas 1000 para Júpiter para ficar com uns anéis a fazer inveja ao Saturno, 347 para Neptuno por que segundo a nossa "intelligence" desembarcaram lá 347 perigosos patos marcianos e assim , pimba na carola, uma para cada pato , o resto pode ficar para uso interno, o Iraque, por exemplo, para ver se nos vemos livres de vez daqueles teimosos )
  • Não sei quanto custou, mas palpita-me que dava para evitar que morra de fome no Mundo 1 criança em cada 4 segundos, hoje, século XXI ( porra enquanto escrevi isto lá morreram p'ra aí mais umas 10 )
  • Last but not least : ESTÁ TUDO DOIDO ?

segunda-feira, julho 04, 2005

MEDITERRÂNEO

Vi hoje na TV francófona uma excelente peça sobre a Córsega ( nada de muito profundo, mas suficientemente interessante para me aperceber da extrema beleza natural da ilha, das suas gentes sólidas e inteiras, do seu canto ).
É o canto corso que vos quero referir, pois nada conhecia (conheço) mas ouvi três trechos corais de uma intensidade, força e emoção que me deixaram sem fala durante uns minutos.
Um deles chama-se "TerraMea", um segundo "Canto" e o último "Corsica". Todos eles fazem parte de CD's editados, presumo que não estarão à venda no nosso burgo, não consegui fixar o nome dos autores/intérpretes/grupos etc. mas garanto-vos que vale a pena ouvir.
Já sabem: o primeiro a ir à Córsega, faz favor de se informar e de comprar !!!
OK, talvez possa ser esta uma opinião muito pessoal de quem gosta cada vez mais de ser "mediterrânico", da comida do Sul, da cultura do Sul, das gentes do Sul, das côres do Sul, do clima do Sul, do azur que dá o nome à Côte respectiva, também aos azurri (esses mesmos, a equipa de Itália).
A Córsega será por essência esse Sul, com uma língua que me pareceu ter elementos do francês, do italiano, do espanhol, relativamente fácil de perceber para nós, celtas,lusitanos, visigodos, árabes.
By the way, convém ter presente que nós somos de algum modo o Sul do Norte mas que também há o Norte do Sul, igualmente nas margens do "Mare Nostrum". Salut, mon frére !

Portuscale et Orbi

Anedotas
Balofos
Caretas
Desinteressantes
Egoístas
Fedorentos
Gelatinosos
Homus Horribilis
Idiotas
Josefinos
Kodaks
Lustrosos
Maçadores
Nódoas
Opulentos
Pulhas
Quezilentos
Rabetas
Safados
TonTons
Untuosos
Vadios
Xaxas
Ygregos
Zombies
Posso repetir o P ?
POLÍTICOS
Salvo raras excepções...
...como por exemplo Mendés France, que foi a consciência moral de uma certa maneira de fazer política ( talvez por isso hoje já ninguém sabe quem é o personagem ).
(construção inspirada pela CATWOMAN )

sábado, julho 02, 2005

Bem, afinal o 1 de Julho trouxe-me uma novidade, esta sim de grande interesse, de consequências imprevisíveis neste nosso tão badalado "estado democrático", "estado de direito" (sim, ainda sei que Estado se deve escrever com E, mas tudo depende do dito, desculpe lá Sr. Presidente, mas até penso que é o primeiro a estar de acordo): então não é que a Elsa Raposo se vai candidatar à Câmara de Cascais !!! Pelo PPM !!!
Ao que isto chegou...meu Deus, faz-me bonzinho, mas primeiro deixa-me mandar estes tipos todos à P...que os P....
Para ti, Luis Coimbra, meu velho amigo dos nossos 20 anos do Verão da Figueira da Foz e do Outono lisboeta e que foste o primeiro monárquico convicto a querer fazer, do nevoeiro matinal das festas das vindimas das Beiras, o sinal evidente do regresso do Desejado, para ti Luis, aquele abraço ! Bem deves precisar...é que estas não matam mas devem moer (e muito).

Era Novembro.
Naquela manhã fria, sentei-me na soleira de uma velha porta esperando que uns amigos me viessem buscar para nos integrarmos na mobilização maciça da Universidade de Lisboa, de apoio às vítimas das inundações.
Tanto quanto me recordo morreram para cima de 600 pessoas, assim, estupidamente, nas imediações da capital do Império.
Já havia guerra em África, eu tinha 22 anos, a Ideia de uma Europa de solidariedade, de fraternidade, de cidadãos inteiros.
Dois anos depois era o Maio de 68, o tempo em que era “proibido proibir”: nada voltou a ser como era, para melhor, digo eu.
Os anos sessenta, a Utopia, o Sonho, a Música, o Poder das Flores, a Palavra, o Amor, a Revolução.
Como programa, não se pode dizer que lhe faltasse ambição !!!
Passou então um Homem simples, pela vestimenta e por tudo o resto notoriamente pessoa das classes mais desfavorecidas, como por pudor (?) se quer esconder a palavra pobres.
Bom, mau, velhaco, santo, egoísta, generoso, seria talvez um pouco de tudo isso, como quase todos nós, mas que importa, era apenas um homem, a caminho do seu trabalho, no princípio daquela manhã límpida e serena de Inverno.
A tormenta que se tinha abatido umas noites antes sobre a cidade, essa, já tinha passado.
Ficaram apenas os mortos, os desalojados, a confusão, uma vaga sugestão de mau planeamento urbanístico, com a construção sobre linhas de água a provocar a cheia.
A água inocente não tinha para onde se escapar, só podia subir. E subiu mesmo.
Nada de responsabilidades, como é costume.
O Homem passou-me então para as mãos o jornal que levava, dizendo: lê, que faz bem, pode ser que chegues a Ministro !
Não cheguei a Ministro, meu caro amigo.
Mas deste-me a primeira lição de solidariedade concreta da minha vida.
Que fizemos das palavras ?

sexta-feira, julho 01, 2005

Zimbabwe, pois então: sabem que que cerca de 90% dos doentes que são atendidos naqueles magníficos hospitais rurais que vemos todos os dias nos nossos refastelados telejornais, têm sida ? Se não têm sida, têm fome, em alternativa têm sida e fome !

Meus caros, África está a morrer lenta mas seguramente, é uma verdadeira agonia, mas como se trata de África (interpretem como quiserem) enfim, é "chato", mas poderia ser bem pior...

Não, não estou a retomar o estafado discurso anti seja o que fôr, até porque as elites africanas actuais se estão nas tintas para o que se passa com a sua população ( é vê-los às 10 horas da manhã no Mussulo a beber "champagne", numa manifestação exterior de "bon chic bon genre", poder e mau gosto, enquanto as crianças da ilha cercam os brancos que por ali passam a pedir uma qualquer coisa, ainda que T-shirts esburacadas - não, não precisam de ter a figura do meu herói Mantorras).

Não se trata de ajudar (até porque há sérios riscos de ir parar ao património de quem não precisa), trata-se de mudar atitudes e mentalidades, mas isso não é fácil, porra!

Olá, Olá

Hoje temos então um dia em cheio: o IVA vai passar (desculpem, já passou ) para 21%, o Tony Blair assume a Presidência da UE, no Zimbabwe o respeitável Mr. Mugabe vai continuar a destruir os bairros da lata onde vive parte da sua população minada pela fome ( se, sem qualquer ironia de mau gosto, a Cova da Moura é um bairro residencial quando comparado com alguns musseques que já vi em África, imaginem só o que seja um bairro da lata ali nos arredores de Harare...), o meu cão Pipas vai continuar a suspirar pelo desenvolvimento de uma relação moderna, descomplexada e sem preconceitos com algum ser de quem intelectualmente se sinta próximo (para além do dono, claro ), enfim, a nossa boa e velha Terra não vai deixar de girar por isso e portanto podemos ir todos para a praia, que é mesmo o que esta gloriosa manhã está a pedir...Boa banhoca... e para aqueles que como eu vão ter de ficar agarrados a um qualquer computador, porque é que não mudam(os) de vida ????!!!! .

CU soon ( it means just "see you soon", dirty minds )

Um pensamento para os que sofrem em Fallujah, nesta última tarde linda de Junho em que temos a sorte de sentir o que é um país em paz...alguém já viu "in locco" em Angola os milhares de crianças órfãs de guerra, a lavarem-se nos charcos urbanos da chuva tropical ? Dá pelo menos para relativizar as coisas, segundo uma outra escala a que a Europa não está habituada.

Bom mês de Julho para todos !

SLIDE TWO

Un regard, un sourire, un geste,
l'absence de toi
l'amour, peut-être...